Um pensar diferente
Se análises mais profundas ainda são incipientes, algumas informações já parecem claras para os especialistas. A tecnologia modifica a expressão criativa das crianças, alterando sua forma de adquirir conhecimento, ou seja, sua cognição. Os recursos atuais (os novos meios digitais: a multimídia, a Internet, a telemática,...) trazem novas formas de ler, de escrever, e portanto, de agir e de pensar.
O simples uso de um editor de textos mostra como alguém pode registrar seu pensamento de forma diferente, o que gera no indivíduo uma maneira distinta de ler e interpretar o que escreve. A conseqüência? Um pensar diferente. Nesse sentido, computadores não apenas ajudam a aprender. Criam novas formas de aprendizagem.
Como se dá a interação com estas máquinas? Como procedem as crianças na sua relação com o computador, frente ao vídeo, desafiadas em sua curiosidade, diante de diversos botões e do teclado? Operam sempre na busca, no tateamento. Experimentadores curiosos, transformam-se em pesquisadores que - face às diversas possibilidades, de resultados imprevisíveis - virtualizam suas experiências.
Navegam, errantes, nos hipertextos ou nas águas virtuais da Internet, despreocupados, perdendo-se nas buscas intermináveis, horas a fio. Surpreendem-se com a imprevisibilidade da máquina, que os desafia, aguçando sua curiosidade, tornando-os mais criativos, inventivos.
Em resumo, as máquinas de hoje possibilitam, entre outros aspectos:
Aprendizado por meio do fazer, do "colocar a mão na massa" - relação diferente com o objeto técnico, apoiada na experimentação, no ensaio e erro.
Lidar com a simulação e com a imprevisibilidade, o que faz do instrumento um material repleto de situações-problemas a serem desvendadas e outras a serem propostas pela própria criança.
Aprendizagem mais significativa, uma vez que os pequenos e os jovens estão extremamente motivados por essa ferramenta. Isso gera envolvimento afetivo e interesse, aspectos essenciais ao bom aprendizado.
Essas são questões já reconhecidas por especialistas e que interferem de maneira expressiva não somente no desenvolvimento do raciocínio lógico, mas na criatividade diante dos desafios. O segredo do sucesso, porém, parece residir no equilíbrio e no bom senso do uso da informática em sala de aula. Se é verdade que os computadores estão chegando, e de forma definitiva, também é verdadeiro que não podem roubar a cena. O mundo real sempre precisará prevalecer.
Nesse sentido, o papel dos pais e dos professores, como mediadores do processo, é fundamental. A criança é um ser social. Está inserida numa comunidade, composta por pais, irmãos, mestres e colegas. Pode e deve se utilizar dessas pessoas como fonte de idéias e intercâmbio de conhecimento.
Ao mesmo tempo, cabe aos adultos que a cercam, mostrar-lhes o mundo real em sua complexidade, a fim de que compreendam que toda ação virtual só fará sentido se estiver voltada para a transformação da realidade - uma transformação em que a tecnologia esteja a serviço da imaginação criativa. Afinal, como disse o grande Albert Einstein: "a imaginação é mais importante do que o conhecimento, pois o conhecimento tem limites, ao passo que a imaginação abarca o mundo todo".
*Norma Leite Brandão é pedagoga e educadora da VERCRESCER assessoria educacional.
http://www.clicfilhos.com.br/site/display_materia.jsp?titulo=O+computador+na+sala+de+aula
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