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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O Computador na Escola

Há alguma real utilidade no uso do computador na escola ?

Muito se tem escrito sobre a informática na escola, mas há pouco consenso entre os diversos autores e educadores sobre o valor do uso dessa tecnologia em relação aos ganhos que ele pode trazer aos nossos alunos.
Muitos ainda acreditam que a computação irá criar uma revolução na educação, o que não está acontecendo, como já podemos constatar. As chances de mudar apenas por possuir computadores nas escolas, é quase nula. O que está em foco, e precisa ser entendido é a utilização que vai ser dada à máquina.
Em um bom número de escolas o aprendizado de português, matemática, ou de qualquer outro componente curricular, que é seu objetivo primordial, fica quase que esquecido pelo uso de programas, que por serem divertidos, entusiasmam os alunos, enquanto na realidade, estão apenas aprendendo a manipular o computador.
O marketing realizado em torno do ensino utilizando computadores tem criado expectativas que muitas vezes desvirtuam o projeto pedagógico da escola, quando esta passa a querer atender a pais que desejam que os filhos sejam profissionalizados em computação, por meio da escola.
Neste artigo, parto do ponto de vista que a informática quanto adotada nas escolas deve se integrar ao currículo, não como uma disciplina, mas como uma ferramenta, inclusive, multidisciplinar, constituindo-se em alguma coisa a mais que o professor pode contar para bem realizar o seu trabalho; desenvolvendo atividades que levem a uma reflexão sobre qual a melhor forma de empregar seus recursos, analisando as características de cada disciplina; realizando a imprescindível interação entre as diversas disciplinas e os recursos da informática.
Quando utilizada desta maneira na escola, ou seja, a informática a serviço de um projeto educacional, propicia condições aos alunos de trabalharem a partir de temas, projetos ou atividades, surgidos no contexto da sala de aula. Em decorrência dessas situações os alunos podem contar com a interatividade e a programabilidade possibilitada pelo computador.
Assim sendo, nossa preocupação fundamental é a com o desenvolvimento de valores, com a concepção que temos das finalidades da educação e da convicção de que necessitamos formar um indivíduo com a inteligência desenvolvida, com cultura, flexível, crítico e criativo. A informática pode fazer parte desse universo, mas não pode ser encarada como um objetivo por si própria.
O computador, como o livro ou qualquer outro material didático que usamos, é apenas e tão somente: um meio.

Entendemos que qualquer instrumento de ensino, desde o mais simples até o mais altamente elaborado, depende de quem o usa e de como isso é feito. Cabe ao professor a responsabilidade de diversificar a abordagem de seu componente curricular.

http://www.centrorefeducacional.com.br/usandoo.html

http://www.dw-world.de/image/0,,1755503_4,00.jpg


Curso de Introdução a Educção Digital em Linux
realizado em Sena Madureira de 07 a 11 de dezembro de 2009
na Escola Euclides Feitosa Cavalcante.


Turma de sena Madureira







O computador na sala de aula

Um pensar diferente

Se análises mais profundas ainda são incipientes, algumas informações já parecem claras para os especialistas. A tecnologia modifica a expressão criativa das crianças, alterando sua forma de adquirir conhecimento, ou seja, sua cognição. Os recursos atuais (os novos meios digitais: a multimídia, a Internet, a telemática,...) trazem novas formas de ler, de escrever, e portanto, de agir e de pensar.

O simples uso de um editor de textos mostra como alguém pode registrar seu pensamento de forma diferente, o que gera no indivíduo uma maneira distinta de ler e interpretar o que escreve. A conseqüência? Um pensar diferente. Nesse sentido, computadores não apenas ajudam a aprender. Criam novas formas de aprendizagem.

Como se dá a interação com estas máquinas? Como procedem as crianças na sua relação com o computador, frente ao vídeo, desafiadas em sua curiosidade, diante de diversos botões e do teclado? Operam sempre na busca, no tateamento. Experimentadores curiosos, transformam-se em pesquisadores que - face às diversas possibilidades, de resultados imprevisíveis - virtualizam suas experiências.

Navegam, errantes, nos hipertextos ou nas águas virtuais da Internet, despreocupados, perdendo-se nas buscas intermináveis, horas a fio. Surpreendem-se com a imprevisibilidade da máquina, que os desafia, aguçando sua curiosidade, tornando-os mais criativos, inventivos.

Em resumo, as máquinas de hoje possibilitam, entre outros aspectos:

Aprendizado por meio do fazer, do "colocar a mão na massa" - relação diferente com o objeto técnico, apoiada na experimentação, no ensaio e erro.

Lidar com a simulação e com a imprevisibilidade, o que faz do instrumento um material repleto de situações-problemas a serem desvendadas e outras a serem propostas pela própria criança.

Aprendizagem mais significativa, uma vez que os pequenos e os jovens estão extremamente motivados por essa ferramenta. Isso gera envolvimento afetivo e interesse, aspectos essenciais ao bom aprendizado.

Essas são questões já reconhecidas por especialistas e que interferem de maneira expressiva não somente no desenvolvimento do raciocínio lógico, mas na criatividade diante dos desafios. O segredo do sucesso, porém, parece residir no equilíbrio e no bom senso do uso da informática em sala de aula. Se é verdade que os computadores estão chegando, e de forma definitiva, também é verdadeiro que não podem roubar a cena. O mundo real sempre precisará prevalecer.

Nesse sentido, o papel dos pais e dos professores, como mediadores do processo, é fundamental. A criança é um ser social. Está inserida numa comunidade, composta por pais, irmãos, mestres e colegas. Pode e deve se utilizar dessas pessoas como fonte de idéias e intercâmbio de conhecimento.

Ao mesmo tempo, cabe aos adultos que a cercam, mostrar-lhes o mundo real em sua complexidade, a fim de que compreendam que toda ação virtual só fará sentido se estiver voltada para a transformação da realidade - uma transformação em que a tecnologia esteja a serviço da imaginação criativa. Afinal, como disse o grande Albert Einstein: "a imaginação é mais importante do que o conhecimento, pois o conhecimento tem limites, ao passo que a imaginação abarca o mundo todo".


*Norma Leite Brandão é pedagoga e educadora da VERCRESCER assessoria educacional.


http://www.clicfilhos.com.br/site/display_materia.jsp?titulo=O+computador+na+sala+de+aula