Páginas

domingo, 5 de setembro de 2010

A Questão da Interatividade na Educação

SALA DE AULA INTERATIVA APONTA NOVO DESAFIO PARA ENSINO 

São Paulo, BR Press - O grande desafio dos professores, na era da informação digital, é mudar de atitude. Atualmente, extrapolar os limites da sala de aula e considerá-la como ponto de partida na busca do conhecimento requer mudança de enfoque educacional, de papel representado pelo professor e das expectativas dos alunos. "É preciso investir em interatividade na relação professor, alunos e conteúdos curriculares. Seja na sala de aula presencial, seja no ensino à distância".
 
conclusão é do Prof. Dr. Marco Silva sociólogo, mestre e doutor em educação. Professor da UERJ e da USU, ele desenvolve pesquisas sobre a interatividade aplicada ao ensino. Na entrevista a seguir, discutimos a chegada das tecnologias digitais na sala de aula, como canal importante para o aperfeiçoamento da comunicação entre professores a alunos. Em seu livro Sala de Aula Interativa, lançado recentemente pela Quartet Editora (232 págs., R$ 27,00), ele expõe porque não acredita que a interatividade dependa apenas de computadores e da internet, mas, principalmente, da maneira como se encara a aprendizagem, o conhecimento, o modo de atuação do professor e o novo espectador (o aluno), que já é parte de uma geração digital. 
 
Como se dá a aprendizagem na era da comunicação via internet?
 
Marco Silva - Era da comunicação via internet, era digital ou era da informação são expressões que exprimem uma mudança radical no mundo das comunicações. Exprimem um novo cenário, diferente daquele definido pelo modelo unidirecional da mídia de massa (rádio, cinema, imprensa e tv) que marcou o século 20. Cito pelos menos cinco características do cenário comunicacional da era internet: 
 
1 - Novas tecnologias informáticas conversacionais, onde a tela do computador não é espaço de irradiação, mas de adentramento e manipulação, com janelas móveis e abertas a múltiplas conexões em rede; 
2 - Os internautas e não somente as empresas especializadas têm a posse dos meios de produção e disponibilização da informação e do entretenimento (sites que oferecem notícias, músicas e filmes); 
3 - A mensagem não é mais emitida, não é mais um mundo fechado, paralisado, imutável, intocável, sagrado; ela é aberta, modificável, na medida em que responde às solicitações daquele que a consulta; 
4 - Estratégias dialógicas de oferta e consumo envolvendo cliente-produto-produtor; 
5 - O novo espectador, menos passivo perante a mensagem mais aberta à sua intervenção, que aprendeu com o controle remoto da TV, com o joystic do videogame e agora aprende como o mouse. 
Portanto podemos dizer que há uma transição da era da transmissão em massa para a era da interatividade, exigindo novas estratégias de organização e funcionamento da mídia clássica e redimensionamento do papel de todos os agentes, envolvidos com os processos de informação e comunicação. 
Há inclusive a exigência de modificação da base comunicacional, que faz da sala de aula tão unidirecional quanto a mídia de massa. Ou seja: é preciso investir em interatividade na relação professor, alunos e conteúdos curriculares. Seja na sala de aula presencial, seja no ensino à distância. 
 
Que características a sala de aula interativa deve ter e/ou preservar?
 
Marco Silva - A escola não se encontra em sintonia com a modalidade comunicacional emergente. Como se sabe, há cinco mil anos ela se baseia no falar-ditar do mestre. A sala de aula, tradicionalmente fundada na transmissão de A para B ou de A sobre B, permanece alheia ao movimento das novas tecnologias comunicacionais e ao perfil do novo espectador. Para enfrentar o desafio de mudar essa tradição, o professor encontra no tratamento complexo da interatividade os fundamentos da comunicação, que potencializam um novo ambiente de ensino e aprendizagem. Tais fundamentos mostram que comunicar em sala de aula significa engendrar/disponibilizar a participação/exploração livre e plural dos alunos, de modo que a apropriação das informações, a utilização das tecnologias comunicacionais (novas e velhas) e a construção do conhecimento se efetuem como co-criação e não simplesmente como transmissão. 
 
Nem sempre as escolas dispõem de computadores em sala de aula. O que o Sr. recomenda nesse caso?
 
Marco Silva - Investir em aprendizagem interativa não significa de imediato equipar a sala de aula com computadores ligados à internet. Antes ou concomitantemente, é preciso modificar o modelo cristalizado da transmissão. Nas feiras de educação e informática circula freneticamente uma multidão de gestores de escolas e de sistemas de ensino, à procura de soluções para a aprendizagem na era digital. Muitos investem em equipamentos de realidade virtual, em carteiras informatizadas conectadas ao computador do professor e à rede. Porém o essencial não é a tecnologia, mas um novo estilo de pedagogia baseado na participação, cooperação e multiplicidade de conexões entre os atores envolvidos no processo de construção do conhecimento e da própria comunicação. As tecnologias digitais, quando bem utilizadas, potencializam essa nova comunicação. Caso contrário banalizam a interatividade, reduzem-na a argumento de venda, o dourado da pílula. 

http://www.faced.ufba.br/~dept02/sala_interativa/o_que_eh.html#O%20que%20%C3%A9%20interatividade

 

Ótimo Recurso Pedagógico para alunos e professores


Objetos de Aprendizagem

Um objeto de aprendizagem é definido “como qualquer recurso digital que possa ser reutilizado e ajude na aprendizagem”. (Willey (2001 Apud NUNES, 2003, p.1)

Não existe uma única definição para objeto de aprendizagem. Todos os autores possuem idéias e seus pontos de vista. Mas, algumas características são comuns:

• Devem poder ser reutilizados, isto é, - devem permitir o seu uso em diversassituações;
• Devem ser portáveis, podendo ser transportados para diversas plataformas;
• Devem ser modulares, podendo conter outros objetos de aprendizagem ou estar contido em um ou mais objetos ou em um ou mais cursos.

Repositórios de Objetos de Aprendizagem
Veja aqui alguns exemplos de objetos de aprendizagem:





sexta-feira, 3 de setembro de 2010

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Orkut e Blog pode contribuir na aprendizagem?

Acredito que o professor deve estar atento a todas as mudanças que estão acontecendo na sociedade: pluralidade de fontes de informação e conhecimento, valorização do visual (a força da cor, da imagem e do movimento), a internacionalização de padrões de valores e comportamentos (tudo se copia), a velocidade e a pressa em tudo. E o que vem possibilitando todas essas mudanças são a TICs. Todos nós, professores, alunos e etc., somos embalados por essas mudanças e a tendência atual é a da comunicação, da interação, da construção coletiva do conhecimento.
Acredito que por essa razão os programas como Orkut, MSN, Blog, face book, Youtube,etc. fazem tanto sucesso. Precisamos, então, fazer o uso pedagógico dessas ferramentas, pois estaremos partindo de algo que nossos alunos conhecem e gostam. O uso pedagógico dessas ferramentas de forma orientada,para que o aluno não se desvie do foco, que é mediar a construção do seu conhecimento, é um poderoso recurso de ensino e aprendizagem significativa para o aluno.

1° passo: escolhi o tema do meu TCC

A cada dia que passa temos à disposição mais e mais recursos tecnológicos que possibilitam nossa comunicação e interação, encurtando tempo e espaço na troca de conhecimentos e informação. A escola precisa se apropriar do funcionamento e uso desses recursos para mediar o ensino e a aprendizagem. Tentando me aprofundar e aprender mais sobre o uso pedagógico desses recursos, escolhi o terceiro tema para o meu TCC, pois considero urgente, a escola acompanhar a evolução dos tempos da comunicação.
3. Uso pedagógico de mídias na escola: práticas inovadoras

Escolher o tema do TCC, e agora?

Temas Para o TCC
Temas que podem ser usados na elaboração do TCC.

1. Conteúdos Educacionais Digitais;
2. Experiência de uso educacional de Ferramenta Web 2.0;
3. Uso pedagógico de mídias na escola: práticas inovadoras;
4. Bibliotecas digitais para a escola e sua utilização;
5. Planejamento de formação dos professores para o uso das mídias;
6. Cultura da Comunidade das escolas: introdução das mídias;
7. Escola inclusão e tecnologias Assistivas;
8. Gestão das mídias: dimensão pedagógica, administrativa e tecnológica.
9. Políticas Públicas para o uso de mídias.

Tecnologias digitais na Educação

Entrevista realizada em: 30/11/2009

Vani Kenski: Professora doutora da Faculdade de Educação da USP e diretora da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED)

Tecnologias digitais na Educação

Salto – Quais os impactos da tecnologia na educação, hoje? E que transformações acontecem na escola com o surgimento das mídias digitais?

Vani Kenski
– Eu vejo que o impacto é muito grande, como em todas áreas. Eu considero que houve uma mudança de 1990 para cá, uma mudança estrutural na sociedade, a partir das mídias digitais. E a educação não está fora disso. A chamada geração digital já está na universidade hoje. São jovens que vivem mediados pela internet, pelo computador, e que possuem essa fluência [na utilização desses recursos], que é usada na sua vivência na escola. (…) Houve mudanças em todos os setores e áreas de produção de conhecimento, houve avanços na medicina, na engenharia, em toda nossa vida... Em nosso cotidiano, nós usamos as mídias digitais e essas mídias estão presentes na escola, mas nem sempre [estão presentes] na prática pedagógica. As pessoas que estão vivenciando isso em sua realidade, elas sabem usar o celular, o computador, embora na atividade educativa, dentro da sala de aula, esses recursos estejam relegados a um plano bem inferior ao que mereceriam ter.

Salto – E como pensar esse novo momento da educação numa perspectiva de redes?

Vani Kenski
– Toda grande alteração das tecnologias digitais foi exatamente a possibilidade de uma interação maior. A interatividade das redes viabiliza a formação de trocas com muito mais intensidade entre as pessoas, entre as coisas, você tem informação a qualquer momento, em qualquer lugar. E isso viabiliza novas oportunidades educacionais e a formação redes de troca de informações em tempo real. Se precisamos de informações, na mesma hora entramos em contato, ou buscamos na internet. E já temos a formação de redes interativas mediadas pela tecnologia, com conhecimentos, com informações, para diferenciados tipos de acessos, como planos, espaços, países, etc. Em relação às pessoas, o diferencial é imenso, porque nós temos contatos com múltiplos espaços de relações sociais, de redes sociais. E o que nós vemos é a possibilidade de, informalmente, usarmos as redes sociais: temos o orkut, twitter, facebook, temos diferentes redes sociais, e as pessoas da escola estão nessas redes. E o que se faz necessário é que a escola e os professores compreendam os espaços pedagógicos que se abrem com esses relações e comecem a utilizá-los. Não é usar apenas o facebook ou o orkut, mas sim criar a sua própria rede. Naturalmente, quando nós estamos na sala de aula, no primeiro dia de aula, os alunos querem fazer suas listas e nelas se integrarem, se comunicarem, e o professor encaminha conteúdos, textos, para esta lista que foi formada, informalmente, pelos alunos. Mas esses espaços são muito subutilizados dentro dos espaços pedagógicos, existem infinidades de propostas a serem utilizadas para a formação de grupos, para a formação de trabalhos, são muitas as possibilidades... Mas é preciso que o professor tenha essa vivência e possa trabalhar pedagogicamente junto a seus alunos e [a partir daí] vai haver um diferencial no processo, e também vai haver uma aproximação da realidade dos jovens, dos alunos que vivenciam isso cotidianamente. Às vezes, eles nos dizem: "eu nunca pensei que pudesse usar o orkut como espaço para aprender, eu pensei que era só para me divertir". Cabe à escola informar que é possível transformar a situação de redes sociais em espaços pedagógicos para aprender.

http://www.tvbrasil.org.br/saltoparaofuturo/entrevista.asp?cod_Entrevista=67